sábado, 9 de dezembro de 2006

Criar

Definir o termo “criativo” é definir a própria arte: as duas palavras querem dizer a mesma coisa. Se o fotógrafo acha a sua produção capaz de ser avaliada segundo padrões artísticos, então a produção é, por isso, criativa. A única função da arte é a de ser criativa. Se a fotografia é boa, é criativa; se é má, não é criativa.

Será que alguém alguma vez fala da poesia como sendo “criativa”, ou fala de música “criativa”? A poesia e a música são por natureza criativas, ou não são nada. A própria utilização do termo “criativo” (quando aplicada à fotografia) é, portanto, motivo de descriminação, sugerindo uma diferença que não existe. Ao acreditarmos que a fotografia é arte, o que sem duvida é, logo de ser criativa.

O termo “criativo” é enganador. As pessoas procuram criatividade em tudo, desde as primeiras impressões ás profundidades do subconsciente. A criatividade é apenas uma questão de viver com objectos, seja qual for a actividade da pessoa; quem consegue resultados significativos é uma pessoa criativa, enquanto que aquele que leva uma vida não produtiva não é criativo.

Não acredito no talento de poucos, o talento existe em todos. Se o talento é utilizado depende do nível de interesse que a pessoa tem para um campo especifico, e do esforço que a pessoa é disposta a fazer para atingir os seus objectivos de vida. Ao trabalhar com a máquina fotográfica, quando o fotografo tem contacto com a vida e com ele próprio, (percebendo aquilo que ele próprio é), ele pode usar este meio criativamente. Lisette Model